terça-feira, 6 de outubro de 2015

Lugares Abandonados da Amazônia: Vila de Paricatuba


O prédio começou a ser construído em 1898 do outro lado do rio negro no município de Iranduba no estado do Amazonas para servir de hospedaria para imigrantes italianos que vinham a Manaus em busca de oportunidades de trabalho. Porém, devido a distancia da cidade, a hospedaria logo começou a não ter muita utilidade, pois Manaus crescia muito e começa a ter uma certa infra estrutura para poder abrigar os imigrantes na própria cidade.


Por anos a hospedaria passou por outras atividades que não vingaram, somente em 1924 voltou a ser ativada tendo os imigrantes novamente como causa raiz da ativação, porém o objetivo da hospedaria não era abrigar simples hospedes, e sim pessoas infectadas com a lepra que se espalhava por Manaus/AM devido ao grande numero de imigrantes que trouxeram a doença.




Logo as autoridades buscavam uma alternativa para manter bem longe os leprosos da burguesia, e viram Paricatuba como uma solução.


O leprosário funcionou até o ano de 1962 até que foi desativado e os pacientes foram transferidos para a Colônia Antonio Aleixo em Manaus/AM.



O prédio que foi construído com paredes internas revestidas com azulejos, assoalhos de pinho, janelas em estilo colonial e calhas de cobre, atualmente mais parece o cenário de uma cidade fantasma de um filme de terror. O local tem grande potencial turístico, imaginem o prédio todo restaurando servindo como um museu que contaria todas essas historias, com fotos, maquetes, documentos e objetos da época e que geraria renda para a comunidade. Infelizmente as ruínas de Paricatuba são mais descaso de nossas autoridades com nossos patrimônios públicos.








sexta-feira, 2 de outubro de 2015

E se as Lendas Amazônicas fossem reais?

Já imaginou se os personagens das Lendas Amazônicas fossem reais? Segue abaixo algumas imagens de design achadas na internet.

Curupira



Boto


Matinta Pereira


Cobra Grande


Mapinguari





sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Massacre da Expedição do Padre Calleri

Quando se faz uma pesquisa na internet sobre o massacre à expedição do Padre Calleri encontramos muitas versões do objetivos da missão e acusações diversas sobre os culpados pelo massacre, mas o que é certo é que a missão estava totalmente ligada a construção da estrada BR-174 que liga Manaus/AM - Boa Vista/RR.

Construção da BR-174

Para entender um pouco da história do massacre é preciso conhecer o contesto histórico que essa região vivia naquela época.

Com o surto de desenvolvimentos industrial no Brasil e com a estratégia militar de povoar o norte do país, o governo brasileiro (regime militar) decidiu construir à estrada BR-174 para ter acesso a área mineradora de Pitinga e a região onde seria construída a hidrelétrica de Balbina que abasteceria a Zona Franca de Manaus/AM.



Infelizmente esse período da nossa história é marcado  por inúmeros massacres, e com a construção da BR-174 não foi diferente, pois a estrada passaria por dentro de terras indígenas que não tiveram suas opiniões sobre a construção da BR consultadas, gerando grandes conflitos entre militares e os índios Waimirus-atoaris.

Geraldo José do Blog "História, Filosofia e Geopolítica" faz a seguinte citação sobres esses conflitos:

"A abertura de estrada é um dos episódios mais abafados e sinistros da história das Forças Armadas brasileiras no período do regime militar. Encobertos pelo AI-5, os militares brasileiros cometeram um dos maiores genocídios da historia mundial, muito pior que os armênios pelos turcos ou judeus por nazistas. Em 1968, quando começou a revolta dos Waimiris-atroaris contra a abertura da BR-174, sua população era estimada mais de 6.000 pessoas; em 1974, quando as forças armadas terminaram sua campanha de extermínio, eles eram menos de 500. Dessa guerra restaram, pelo lado dos Waimirirs-atroaris as lendas dos grandes chefes guerreiros Maiká, Maroaga e Comprido ( nomes dados pelos brancos, na verdade seus nomes seriam, muito provavelmente, Sapata e Depini) todos mortos pelo exército. O episódio mais infame dessa guerra, documentada por entrevistas gravadas pelo Padre Silvano Sabatini com índios wai-wai, waimiris-atroaaris e sertanistas e relatadas no livro Massacre (Edições Loyola, 1998) foi o bombardeiro pela Força Aérea Brasileira de uma maloca em que o waimiris-atroaris realizavam uma festa ritual." 


Fonte: Jornalista Edílson Martins
Foto de um possível ataque a uma maloca 

Padre Calleri e o Objetivo da Expedição

Giovanis Calleri era um sacerdote italiano, missionário da Consolata, nasceu em Carrú - Itália no dia 15 de abril de 1934, chegou em Roraima no ano de 1965 e foi morto aos 34 anos em 1968.

Existe no minimo cinco versões mais aceitas sobre o real objetivo da expedição;

1º Versão: O Padre João Calleri foi encarregado pelos militares de afastar os Waimirirs-atroaris da região da BR-174 de forma pacifica. 

2º Versão: O padre teria sido encarregado pela Igreja Católica a atuar em uma missão de paz entre militares e os índios, para que houve-se uma solução pacifica na construção da estrada.

3º Versão: Acreditasse que o Padre, foi enviado pelos militares para amansar os índios para em seguida os militares invadirem a cometeram uma chacina, mas essa é a versão menos aceita.

4º Versão é de que o Padre, foi enviado aos Waimirirs-atroaris por solicitação do Presidnete da FUNAI, Queiroz Campos, para promover a aproximação, o contato e o aldeamento do índios.

5º Versão é a mais polemica e também a mais recente, é de que o Padre foi jogado em uma verdadeira armadilha, acredita-se que os militares o enviaram para morrer e se aproveitar a situação para atacar os Waimiris-atroaris.

Massacre da Expedição

Não se sabe ao certo o real objetivo da expedição, o que se sabe é que o Padre Calleri foi junto com outros oito companheiros, seis homens e duas mulheres para dentro do território Waimiris-atroaris.

Assim como o obejtivo da missão tem algumas versões,  a causa da morte dos expedicionários também tem pelo menos duas versões. 

1 Versão: Acredita-se que o Padre quis a principio promover uma solução pacifica entre os militares e os índios, mas como a pressão para construir a BR-174 era grande, o Padre Callere se viu obrigado a mudar o roteiro de sua ação conduzindo a expedição de form imprudente, cometendo erros como querer impor sua personalidade que era conhecida por ser esquentada.

Como  a região vivia um momento de conflito e muitos índios já teriam morrido por brancos, os Waimiris-atroaris assassinaram os nove integrantes da missão com golpes de terçado.

2 Versão: O Padre Calleri foi ao encontro do Waimiris-atroaris supondo que estaria indo para uma missão de paz, no entanto tudo era uma armadilha. Segundo o Padre Silvano em seu livro "Massacre" a expedição foi  executada na manhã do dia 1 de novembro de 1968, em um ataque comandado po Paulo Mineiro (um dos membros da expedição) junto com outros brancos. Os expedicionários teriam sidos propositalmente expostos ao perigo. 

O que se sabe é que o massacre da expedição serviu como justificativa para atacar uma população que tinha mais de 3 mil pessoas e que foi reduzida para menos de 500, tendo como objetivo os projetos da mineradora e da hidrelétrica. 

Os restos mortais da expedição foram encontrados pela Primeira Esquadrilha Aeroterrestre de Salvamento, e atualmente seus restos mortais do Padre Calleri se encontra sepultado na Igreja da Matriz de Boa Vista.

Fonte: Jornalista Edílson Martins
Foto dos restos mortais do expedicionários 

Fontes de Pesquisa:

http://noticias.uol.com.br/album/2012/11/09/comissao-da-verdade-investiga-crimes-contra-povo-indigena.htm?mobile

http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2013/02/comite-estadual-articula-visita-da-comissao-da-verdade-ao-amazonas.html

http://www.adital.com.br/site/noticia_imp.asp?cod=36378&lang=PT

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc06129818.htm

http://geraldojose.blogspot.com.br/2008/05/construo-da-br-174.html

http://site-antigo.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=100